sexta-feira, 29 de abril de 2011

Prevenir para não remediar

Ministério da Saúde incentiva o teste de diagnóstico do vírus HIV em foliões

O Ministério da Saúde realizou a campanha de prevenção à AIDS antes, durante e após o Carnaval em todo o país, distribuindo preservativos e folhetos e divulgando vídeos na televisão e internet com intuito de alertar os foliões em relação a prevenção das DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) e para que façam teste de diagnóstico do vírus HIV.

“Sem camisinha não dá, seja qual for a fantasia, use sempre camisinha”, este foi o slogan utilizado pelo Ministério da Saúde na campanha de prevenção a DST/Aids no Carnaval de 2011. O trabalho foi realizado em três etapas: houve uma campanha antes do Carnaval, quando foram distribuídos preservativos e materiais informativos; uma durante as festividades, que incentivou as pessoas a terem um preservativo sempre à mão; e a terceira, que orientou os foliões a realizarem o teste de diagnóstico do HIV.

A estudante Aryane Gabriella Andrade, de Fortaleza, é integrante da RNAJVHA (Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/AIDS) e afirma que o Ministério da Saúde é falho em suas campanhas de prevenção. Quanto à campanha realizada neste carnaval, Aryane afirma: “Foi péssima. A letra da música era ruim. A campanha estava fora de foco, que seriam os jovens.” Nos vídeos produzidos pelo Ministério da Saúde como parte da campanha, são retratados casais que simulam situações onde o preservativo deve estar presente. “A menina tira uma camisinha masculina, excluindo a existência da camisinha feminina”.

Já o estudante José Rayan de Oliveira, de Manaus, também integrante da RNAJVHA, afirma que na maioria das vezes o Ministério realiza boas campanhas, mas acredita que este ano houve algumas falhas, como a falta de um trabalho mais efetivo pessoalmente: “Há pessoas que não acessam a internet por não saber mexer no computador, outras que não assistem televisão por falta de tempo. Seria ótimo ter campanha nas ruas, praças, empresas, órgãos públicos e privados”, afirma Oliveira. Quanto à campanha pós-Carnaval, ele diz: “A campanha é maravilhosa no sentido de estimular a pessoa a fazer o teste, o serviço também é muito bom, o que falta são profissionais com mais competência”. Em relação à resistência da população em fazer o teste, o estudante declara: “Ainda há muita resistência, por vários fatores, um deles é o medo do resultado positivo para o HIV, o outro é por não saber a quem procurar, e às vezes a demora no serviço”.

Segundo o Ministério da Saúde, o trabalho realizado na campanha de prevenção do Carnaval 2011 foi boa, levando em consideração que conquistaram um amplo espaço de divulgação na mídia, além da realização de inúmeras atividades de prevenção e testagem em todo país.

O Ministério da Saúde vem trabalhando para que o uso do preservativo torne-se um hábito nas práticas sexuais da população, um exemplo disso é a distribuição em postos de saúde o ano todo, e não apenas no período carnavalesco. Durante as festas foram distribuídas camisinhas para os foliões em todas as regiões do país, mas o servidor público federal, Carlos Melo Júnior, que passou o Carnaval em Correntina, na Bahia, afirma que não foi abordado por nenhum agente, no entanto, viu algumas pessoas com preservativos e folhetos informativos. Já o auxiliar técnico em apropriação e trabalho, Robson Marcos da Silva, passou o Carnaval em Caldas Novas, e ressalta que houve distribuição de muitas camisinhas. A paulista Miriã Xavier de Souza, passou o Carnaval em Mongaguá e declara: “Distribuição de preservativos era o que mais tinha lá, mas não vi nenhum informativo sobre DST’s”.

Ao longo do ano, o número de preservativos distribuídos pelo governo vem crescendo. O Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais declara que em 2005 foram distribuídos 202 milhões de camisinhas. Já em 2009, ano mais recente atualizado no site do departamento, foram 467 milhões de unidades.

De acordo relatório enviado pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais à Agência Geração Y, as principais ações do Ministério da Saúde visam à prevenção das Doenças Sexualmente Transmissíveis. Entre elas estão o Programa Saúde e Prevenção nas Escolas, em que mais de 61 mil escolas de todo Brasil desenvolvem atividades de educação, conscientização e prevenção em DST, Aids, hepatites virais, gravidez na adolescência e uso de drogas; Fique Sabendo - programa de mobilização social de incentivo a testagem sorológica voluntária, pessoal e sigilosa, para que as pessoas saibam se vivem ou não com HIV/Aids; População privada de liberdade – em que são realizadas atividades de prevenção, conscientização e distribuição de insumos de prevenção, como camisinhas, além do incentivo à testagem voluntária, pessoal e sigilosa. Há também duas grandes campanhas de massas realizadas anualmente, sendo uma no Carnaval e outra no Dia Mundial de Luta Contra a Aids (1º de dezembro) e o atendimento diário às demandas da imprensa e as campanhas para grupos específicos.

O Ministério da Saúde ainda declara que um dos maiores desafios para prevenção está em convencer as pessoas a adotarem atitudes seguras durante as relações sexuais, seja com parceiros fixos ou casuais. O Ministério também declara que a resistência ao uso do preservativo é maior por parte das pessoas mais velhas.

Em contato feito com o diretor-adjunto do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Eduardo Luiz Barbosa, declarou: “Sempre que a campanha ou alguma matéria é veiculada na televisão, há maior procura para testagem, um aumento de quase 60%. O que significa que precisamos estimular que as pessoas façam o teste”. Barbosa ainda faz um alerta para as pessoas que se expuseram em relações não protegidas ou compartilharam seringas: “O vírus demora cerca de 30 dias ou mais para se manifestar no organismo. É importante que a pessoa espere este tempo para fazer o teste”.

Matéria de Eliene Santana e Rafael Biazão publicada no jornal da Universidade Cruzeiro do Sul - Cidadão

6 comentários:

  1. muito bom pessoal! é muito importante saber que tem tanta coisa legal relacionada a esse assunto de prevenção a aids, eu vi um cartaz parecido com o dessa menina só que era outra mulher no carnaval que passei em minas!
    parabéns, muito bom.

    Ass. Jonathas

    ResponderExcluir
  2. Olá Jonathas,

    Haviam várias cartazes que faziam parte da Campanha, que inclusive são muito bonitos.

    Como você conheceu nosso blog?

    Obrigado pelo comentário!

    ResponderExcluir
  3. Caros Rafael e Eliene. Parqabéns pela materia, ficamos sempre a disposição. Tema Aids, DST, hepatites devem estar no nosso cotidiano. Tratar a sexualidade de forma natural e desprovida de pré julgamentos é uma das maneiras de avançarmos no enfrentamento de enfermidades. Camisinha sempre. Bom trabalho
    Eduardo Luiz Barbosa

    ResponderExcluir
  4. Obrigado pela ncessão da entrevista. Foi muito importante contar com suas palavras como representante do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais / Ministério da Saúde em nossa matéria.
    Abraços!

    ResponderExcluir
  5. Show de bola, amei o resultado...Parabéns há todos pela matéria produzida. E que essa mensagem permaneça na mente das pessoas sobre a importância de se prevenir sem medo ou vergonha...

    Aryane Gabriella Vieira Andrade
    Fortaleza/Ce.

    ResponderExcluir
  6. vaiii geraçãoooo uhullll /0/0/0/0/0/0/0/

    ResponderExcluir