sábado, 9 de abril de 2011

Bolsonaro, preconceito, etc e tal

Ele se envolveu em escandalos por preconceito com negros, homossexuais e diversos outros grupos que representam as menorias. De quem estamos falando? Vou dar uma dica: nasceu em Berlim em 1889. Isso mesmo, parabéns para você que respondeu Adolf Hitler. Agora com a mesma descrição darei uma outra dica: nasceu em 1955 em Campinas! Não sabe quem é? Estamos falando de Jair Messias Bolsonaro.

O que os dois personagens tem em comum? Alguns pensamentos. É exagero compará-los? Talvez. Adolf Hitler todos já conhecem, e ultimamente temos visto na mídia sobre Bolsonaro, devido a uma entrevista polêmica concedida ao quadro O Povo Quer Saber, do programa CQC (Custe O que Custar) da TV Bandeirantes.

Na ocasião, o Deputado Federal se mostrou tanto quanto preconceituoso ao responder questões envolvendo homossexualidade, cotas para negros em universidades, etc. A polêmica começou quando Bolsonaro disse que não corria o “risco” de um de seus filhos serem gays, já que tiveram boa educação e um pai presente. Como assim Bolsonaro? Então gay é aquela pessoa pobre que não tem uma família estruturada? Mas o preconceito é tão irrigado na mente da população e tantas vezes tão inconsciente que refletem até mesmo nas palavras escolhidas para tratar do assunto. Podemos ver isso no emprego da palavra “risco”, que segundo o dicionário Priberam é definido como: “risca; delineamento; traçado; debuxo; perigo; inconveniente; golpe com instrumento cortante”. Acho que nesse caso o deputado empregou com o sentido de “perigo” ou “inconveniência”, certo?

A cantora Preta Gil perguntou o que ele faria se seu filho se apaixonasse por uma negra. Bolsonaro respondeu: “Ô preta, eu não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco e meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambiente como, lamentavelmente, é o teu”. Hãn? Desculpe, mas eu me perdi nessa parte... como a questão racial foi parar na palavra promiscuidade? E de novo o emprego da palavra “risco”. O deputado ainda tentou alegar que não entendeu direito a pergunta, ou que a equipe do programa teria editado a questão com outra resposta, mas pesquisando um pouco mais desse figura podemos ter certeza que ele entendeu sim a questão.

A Câmara procurou punir o deputado, alegando que ele não poderia participar da comissão de direitos humanos por defender violência contra crianças e homossexuais. Segundo a Constituição Brasileira(Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação). Mas até agora nada foi feito para reprimi-lo.

Vamos então ver quem é esse cidadão. Assim como algumas múmias do Congresso Nacional, Bolsonaro cumpre sua sexta legislatura na câmara dos deputados. Pai do vereador Carlos Bolsonaro e do deputado Estadual Flávio Bolsonaro. É conhecido por defender o aumento de salário para os militares. Político de extrema direita, também já participou de diversos episódios polêmicos, como a confusão em 2003 com a deputada Maria do Rosário (PT), a qual ofendeu verbalmente com palavras de baixo calão e inclusive chegou a empurrá-la. Falando sobre mulheres, também é válido reforçar que Bolsonaro se opõe a Lei Maria da Penha, que busca coibir a violência contra mulheres. Essa lei nem deveria existir, mas não por que ela não é precisa, e sim por que não DEVERIA ser precisa. Onde já se viu, temos que criar uma lei para evitar que mulheres sejam espancadas. Proteger a mulher deveria ser um princípio para qualquer sociedade.

Com discurso sempre defendendo os valores conservadores familiares, o deputado agrada população de extrema direita, que assina em baixo de suas declarações. É muito comum vermos as pessoas dizendo que não tem preconceito algum, mas isso é mentira. Dizem para que ninguém pense mal delas, ou dizem por não reconhecer um preconceito, como já dito, inconsciente.

Meus amigos estudantes de publicidade e propaganda me indicaram um vídeo que assistiram em uma aula referente à propaganda para o público infantil. Você deve estar se perguntando, qual a relação do preconceito inconsciente com a propaganda? Assista:


O preconceito está irrigado na população, o problema é muito maior do que imaginamos. Vemos preconceito no Congresso Nacional, no esporte, como o recente caso de hostilidade contra o jogador de volei Michael dos Santos em pleno jogo, vemos o preconceito nas ruas quando lampadas florescentes são quebradas no rosto das pessoas, etc. Mas esses casos que vem a tona são uma minúscula parcela do que ocorre todos os dias. Como qualquer outro problema, isso levará muito tempo para mudar, e só conseguiremos com investimento na educação. Se dentro das próprias escolas continuarem havendo casos de bullying e desrespeito com os “amigos”, a mídia continuará exibindo casos como estes e a situação nunca mudará.

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