Mesmo quem não ficou sabendo de ‘tin-tin por tin-tin’ pelo menos ouviu falar sobre as manifestações no Egito. Vamos entender um pouco a mais sobre tudo que aconteceu.
Muhammad Hosni Said Mubarak, mais conhecido como Hosni Mubarak, esteve no governo do Egito desde o dia 14 de outubro de 1981, quando assumiu o cargo do até então presidente Anwar Al Sadat, que havia sido assassinado poucos dias antes.
Após queda do chefe de governo da Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali, no dia 14 de janeiro de 2011, o povo egípcio também tomou coragem de ir as ruas protestar contra o ditador Hosni Mubarak. Milhares de pessoas protestavam pelas ruas do país exigindo sua renúncia, principalmente nas maiores cidades como Cairo e Alexandria.
Durante os protestos, iniciados no dia 25 de janeiro, o povo egípcio encontrou forte resistência das forças armadas. Os manifestantes chegaram a invadir o Ministério das Relações Exteriores e seis pessoas foram mortas. Mais de mil pessoas foram presas pela polícia egípcia no terceiro dia de protestos contra o presidente Hosni Mubarak.
O número de feridos passou de milhares, os hospitais informavam cada vez um número de feridos e mortos, o que comparado ao número de mortes aqui no Brasil não é grande coisa. Mas morte é sempre morte, por isso não devemos achar que foi um número razoável.
O governo anunciou toque de recolher, que foi ignorado pelos manifestantes. Mas um desrespeito para com a população ocorreu quando as linhas telefônicas e acesso a internet foram restritas.
A capital do país, Cairo, passou a sofrer com os saques realizados em forma de protesto. Mohamed ElBaradei, ganhador do Prêmio Nobel da Paz, foi enviado para tentar negociar com Mubarak, que se reunia com os oficiais do exército após ter substituído sua equipe de governo.
O caos se instaurava nos aeroportos locais, pelo grande número de pessoas que tentavam deixar o país. Os manifestantes organizaram o movimento que ficou conhecido como Marcha do Milhão, marcando a primeira semana de protestos contra o regime de Mubarak, desde que assumiu o poder em 1981.
No dia 1º de fevereiro, todos estavam ansiosos por uma possível renuncia de Mubarak, mas ao final da tarde veio à triste notícia para a população que o presidente não renunciaria. Mesmo com a resposta negativa, no dia seguinte os manifestantes continuaram nas ruas protestando, e inclusive sofreram represarias dos defensores de Mubarak, que saíram as ruas com camelos para agredir os manifestantes. Os conflitos entre partidários e opositores do regime chegaram a um ponto tão intenso que o Exército teve que intervir para evitar um número maior de mortes e feridos. Tanques de guerras foram às ruas que mais pareciam um campo de batalha.
Nessa altura, líderes mundiais já se preocupavam com a situação e muitos defendiam que Mubarak deveria renunciar de forma honrosa, antes que a situação no Egito pudesse piorar.
O que Mubarak não esperava, é que no dia 5 de fevereiro, quando se reuniria com sua nova equipe de governo, todos iriam renunciar os cargos, inclusive seu próprio filho, Gamal Mubarak, visto por todos como seu possível sucessor.
No dia 8 de fevereiro, houve a liberação de Wael Ghoneim, ativista político e executivo do Google, que havia sido preso no início das manifestações no Egito. Wael é considerado um dos pioneiros e principais responsáveis pela eclosão dos protestos no Egito.
Mesmo com o governo resistindo aos protestos e as tentativas de negociação com a oposição, os manifestantes continuavam nas ruas, e ficaram ainda mais animados com a libertação de Wael Ghoneim.
No 18º dia de protestos, e após 30 anos no poder, chega ao fim à ditadura de Mubarak no Egito. O Conselho das Forças Armadas está no poder. A multidão que pedia a renúncia de Mubarak está em festa em todo o Egito. A Praça Tahrir, principal ponto de concentração dos manifestantes, está tomada por comemorações.
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