domingo, 2 de outubro de 2011

Capítulo I - Índios

E Pedro Álvares Cabral partiu rumo à Índia. Mas, sua expedição acabou não dando muito certou (ou deu), e ele chegou com sua tripulação à ‘ilha’ Vera Cruz. Lá encontrou nativos, homens e mulheres nus, com a pele ‘avermelhada’, e, que aceitaram trocar serviços por espelhos, pentes, entre muitas bugigangas trazidas pelos portugueses. Daí, os portugueses os “educaram” com seus costumes, mataram muitos deles, escravizaram, empurraram sua religião, “já que ali não existia” e, o restante todo mundo já ouviu na escola e leu em vários livros do ensino fundamental, não é?  Na escola, os professores não permitem que façamos trabalhos a partir do site Wikipédia por não ser uma fonte confiável, mas, será que todo o material e ensino que recebemos sobre nossa história é totalmente confiável?

Em jornalismo dizemos que uma fonte nunca é o bastante. Cada fonte traz consigo influências, visões, tendências, etc. Por isso, é importante que levemos em consideração mais de um ponto de vista. Vamos iniciar os textos com base na obra “Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil”, de Leandro Narloch. “Mas você não acabou de dizer que é preciso levar em consideração mais de uma fonte?”. O outro lado da história todos já sabem... Vamos apenas estimular uma reflexão e provocar um desconforto em relação a história tradicional.

O texto a seguir é uma seleção do que mais interessante é abordado no primeiro capítulo da obra. Abrimos mão de qualquer forma culta na escrita e da formalidade para retratar, com outro ponto de vista, temas históricos que nos são ensinados na escola e até mesmo nas Universidades.

Capítulo I - Índios

“’Lagartos maiores que o homem, peixes enormes com carne de boi e cão de bico fino que comem formigas e às vezes atacam pessoas.’ Foi assim que o Padre Fernão Cardim, no fim do século 16, descreveu o jacaré, o peixe-boi e o tamanduá”, afirma Leandro Narloch em sua obra. Imagine as pessoas na Europa lendo e imaginando estes animais: “Lagarto maior que homem?! Que medo dessas terras!”

Sabemos que o álcool (que é um grande problema na sociedade, no que diz respeito a vícios, acidentes, etc) foi trazido pelos brancos (uma das tantas coisas que acabou modificando os costumes do que aqui estavam em sua chegada). Perto de um engenho de vinho e cachaça havia três aldeias. Os padres Jesuítas chegaram no local e incomodaram-se com o freqüente consumo excessivo de álcool pelos índios, que segundo eles, faziam festas, ofendiam os valores cristãos e convidavam os portugueses para suas aldeias (ou seja, ficavam muito loucos de cachaça e tocavam o terror). Para tentar acabar com isso, os padres planejavam mudar essas aldeias para outra região. Os índios descobriram a intenção dos padres e foram contra. Imagine os índios, muito loucos de cachaça, chegando nos padres e falando: “Cê tá louco de mandar a gente pra longe da cachaça?!”. Com medo, obviamente, os padres abandonaram essa ideia.

E como vieram tantos padres Jesuítas parar em São Paulo? Segundo Narloch, havia muitos padres na região da Amazônia. Lá, os índios atiravam fogo nas matas para abrir espaço para plantações, construções ou para espantar animais. Imagine que tenso, você acordar e ver a floresta do seu lado pegando fogo. Numa dessas que os padres pensaram: “Eu ein... vamos embora daqui! Esses índios vão acabar atirando fogo na gente!”.

O álcool foi trazido pelos brancos. Beleza! Mas os índios já tinham alguns costumes por aqui com outra droga viciante: o tabaco! Seja por religião, cultura, costume, ou o que for, o fato é que eles mascavam tabaco e fumavam (ou como era dito antigamente, “bebiam fumo”, já que não existia o verbo “fumar”). Narloch conta no livro que uma mostra de fumo foi levada para Portugal e chamou atenção de Jean Nicot (seu sobrenome foi emprestado para o nome científico da erva “Nicotiana Tabacum”, e à substância “nicotina) que levou para a rainha da França Catarina Médici. A rainha achou sensacional a droga e fez cair no gosto de toda a corte. Mas não podemos culpar os índios se hoje a indústria de cigarros é o que é. “Índio quer cachimbo, índio quer fazer fumaça”.

Outra coisa que os índios já faziam naquela época era a prática de guerras. Não como as que conhecemos hoje, mas desavenças entre tribos existiam e brigas por motivos diversos aconteciam. Provavelmente foi contando com a ajuda dos índios que os portugueses, holandeses e todos que por aqui passaram tentando colonizar um pedacinho dessa “terra de ninguém” conseguiram vencer tribos enormes. Pense comigo, uma tribo tem problemas com outra. Um português chega e diz: “Cacique, se você me ajudar a invadir aquela tribo, no qual vocês já têm problema, eu deixo você ser o cacique lá também.” E sim acabou acontecendo. Após dominarem determinada região, os índios ganhavam nomes portugueses e passavam a ser vistos como cidadãos, e aqueles que vinham com ele, passavam a receber o mesmo sobrenome. O sobrenome Souza, por exemplo, foi dado ao Cacique dos índios temiminós, que ajudaram os portugueses a expulsar os franceses e tupinambás de Niterói. Algo parecido aconteceu com outros sobrenomes tão populares no Brasil.

Você sabia?

Mingau – era como se chamava a pasta feita com as vísceras cozidas de prisioneiras dos índios da tribo tupinambá. E você achava que canibalismo era algo tenso, né?! Eu mesmo perdi qualquer vontade de comer mingau depois dessa. ECA!

Banana – A fruta, ao contrário do que muita gente pensa, não tem origem brasileira.  Da Indonésia, a fruta foi levada para Índia e depois à China. Com os árabes a fruta atravessou a Africa (onde recebeu o nome de banana) e chegou à Europa. Só depois de passar por muitos lugares e muitas seleções a fruta chegou ao Brasil. Outras frutas como jaca, manga, laranja, limão, maçã, abacate e coco também não são legitimamente brasileiras. Quer exemplos do que teve origem em nossas terras? Amendoim, mandioca e outras frutas que não eram cultivadas por serem espinhosas ou difíceis de abrir, como é o caso da castanha do Pará.

Este texto foi produzido a partir da obra Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, de Leandro Narloch. As gírias utilizadas e opiniões expressas no texto são particularidades dos membros da Agência Geração Y.


Nenhum comentário:

Postar um comentário