quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

História 4 – Olímpio, O Filho Dos Deuses

Os tempos não eram fáceis na Grécia. A crise consomia tudo, muitos morriam de fome. Somente àqueles que possuíam muito dinheiro estavam se dando bem perante a ganância incontrolável de seu Governo.

Em Litochoro as coisas não eram diferentes, conhecida como A Cidade dos Deuses por ter sua localização próxima à base do Monte Olimpo. Lá moravam Pandora e Cícero, um jovem casal que estava á espera de um filho. Já era o sétimo dia do oitavo mês de gestação quando Pandora começou a ter contrações fortíssimas, sinal que o bebê já estava para nascer. Como eles eram pobres, não podiam pagar um hospital para a criança nascer e nada estava dando certo para o jovem casal. A parteira que estava tentando trazer o bebê ao mundo já percebia que seus esforços talvez fossem em vão, então decide conversar com Cícero:

- Cicero, talvez seu bebê não venha com vida para este mundo.
- Como assim?
- É um parto difícil, estou perdendo Pandora e o neném.

Cícero era um homem batalhador e orgulhoso, não queria aceitar perder nem seu filho quanto menos sua mulher. Então decidiu aclamar para quantos Deuses pudessem ouvir.

Caminhou até a base do Monte Olímpio, onde rezava com lágrimas em seus olhos acreditando ser ouvido por um dos Doze Deuses do Olimpo.

Então em sua cabeça Cícero ouve uma voz ensurdecerdora feminina:

- O que tú queres?
- Quem está ai?
- Sou Diké, filha de Zeus e Têmis. Deusa da Justiça.
- Olá meu nome é Cícero, preciso de sua ajuda.
- Ajuda para que meu pobre homem?
- Meu filho está para nascer, porém estamos tendo dificuldades no parto. Não poderei salvá-lo então vim suplicar a ajuda dos deuses para trazer esse pobre bebê à vida. Você pode ajudar-me Diké?
- Tudo tem seu preço, meu caro Cícero. Vejo a bondade dentro do seu coração, tem força de vontade para mudar o mundo que vive e não se conforma com a injustiça que seu povo sofre. Correto?
- Sim minha deusa, realmente não me conformo com toda essa situação que acontece na Grécia.
- Suas honras e sua conduta são dignas de um verdadeiro grego com força de vontade para se tornar um grande guerreiro. Concederei a honra de o seu filho vir a vida com um dom divino, porém existe uma condição.
- Condição, mas qual condição?
- Seu Filho deverá ter o nome de Olimpio, homenagem ao eterno Monte Sagrado que está diante de seus olhos. Além disso, deverá lutar pela justiça e pela igualdade de nossos irmãos na Terra. Você pode mostrar e ensinar o que é justiça pra ele?
- Sim, sim. Consigo!
- Ok meu caro, infelizmente não poderei fazer nada pela sua esposa. O ciclo de vida dela chega ao fim, e com sua beleza exuberante é desejo dos Deuses que ela nos faça companhia e não sofra nessa situação que este país vive em meio a todas essas crises políticas.

- NÃOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO! NÃO......

Cícero gritou em desespero, mas foi em vão. Diké não estava mais a sua frente, então decidiu correr até sua casa onde encontrou seu lindo bebê chorando, porém da mesma forma que a alegria reinava na residência existia o sinal que Hades passou por ali e a morte cheirava por todos os lados, era Pandora, morta, com aquele lindo rosto gelado em expressão de agonia. A sensação era inenarrável, alegria e tristeza num mesmo momento. Infezlimente já era tarde para fazer lamentações.

História 4 – Olímpio, O Filho Dos Deuses

Olímpio é um jovem sonhador com espiríto revolucionário, não se contenta com a situação que se encontra a Grécia, berço de todos os Deuses. A corrupção assola a população e a miséria é vista por todos os lados.



Quase 18 anos depois daquele dia, Olímpio havia sido criado a ferro e fogo, com a justiça correndo em suas veias. Não aceitava o que ainda existia na Grécia, estava estampado em seu pensamento o desejo de mudança.

Há alguns meses Cícero também não é o mesmo, o cancêr debilitou muito seu corpo, porém com a sensação de dever cumprido e no leito de sua morte, contou para seu filho a história de seu nascimento.

Explicou cada detalhe do dia da morte de sua mãe e jogou toda responsabilidade em seus ombros, o citando como: mão direita de Diké, que representa uma espada que tem o sinônimo de força.

- Pai, porque nunca me contou isto antes? A mamãe morreu por minha culpa!

- Não queria que se sentisse responsável por isso filho, de forma alguma. Você foi uma bênção para nós, em meio há estes tempos difíceis. Sua mãe apenas cumpriu o destino dela, assim como eu estou cumprindo o meu agora. A espada da Justiça está em suas mãos agora, Olímpio. Cumpra o seu destino!

- Pai...

Após esse testemunho Cícero veio a falecer, obrigando Olímpio a ser responsável por seu próprio nariz, com revolta e rebeldia em seus pussos.

Olímpio escreve uma carta que resolve espalhar para todos que têm desejo de mudança. Era certo que sua missão era grandiosa, não poderia fazê-la sozinho. Então decidiu incitar os jovens. Era certo que, assim como ele, deveria haver mais gente com sede de justiça e mudança. A carta continha o seguinte texto:

A REVOLUÇÃO COMEÇA, VENHA SER UM DIKÉ!

Você está realmente cansado das coisas que seu governo impõe, tem sede de justiça e pretende fazer alguma coisa?

Venha para Litochoro, daqui três dias vá para o centro da cidade às 00h00, com uma faixa vermelha no braço. Eu te encontro!

Chega o dia tão esperado, no ponto de encontro aparecem uns trinta jovens. Todos são orientados e levados para casa de Olímpio, o único bem que ele possuía deixado por seu pai.

- Todos sejam bem vindos! - ressalta Olímpio - Sei que todos devem estar com centenas de dúvidas na cabeça, mas vamos por partes. Eu sou Olímpio, filho de Cícero, apadrinhado por Diké e tenho em minhas mãos o poder de mudar as coisas e acabar com a corrupção que assola a Grécia.

Olímpio explicou tudo sobre seu nascimento, seus dias difíceis e os ensinamentos de seu pai. Todos os jovens ali presentes desconfiavam de cada palavra dita, parecia que Olímpio conseguia ler cada pensamento dos membros. E ao mesmo tempo conseguia saber cada detalhe e traços pessoais das pessoas ali presentes, era estupidamente assustador. Talvez fosse este o dom dado por Diké, ainda sem saber o que estava acontecendo muito bem, resolveu continuar seu discurso, já estava amanhecendo e sua fala entrou perfeitamente nos ouvidos de todos.


- Eu estou pedindo para sonharem e discordarem das mentiras sujas, esse é o amanhecer do resto de nossas vidas!

Ao mesmo tempo um sentimento ruim o consumia, parecia que algo estaria pra acontecer… Minutos depois ouvesse as gargalhadas, era Tiseu, que entra de surpresa naquela reunião, uma cara que até os deuses teriam medo, vestido como se fosse um bobo da corte macabro com um óculos escuro. Ele trabalha para o governo e só era chamado em situações extremamente complicadas. Reza a lenda que Tiseu possuia o poder de apagar a mente das pessoas com um simples olhar.

- Ouvi boatos que havia algum tipo de conspiração acontecendo aqui... Alguém pode me passar alguma informação?

Todos na reunião começam a debochar da cara de Tiseu, a única excesão era Olímpio, que mantia um semblante preocupado.

- Vou perguntar novamente - Lembrou Tiseu - Ouvi boatos que havia algum tipo de conspiração acontecendo aqui.  Alguém pode me passar alguma informação?

O silêncio se fez presente. Ninguém respondeu.

- Ok, terei que partir para o plano B!

Tiseu começa a tirar seus óculos e neste mesmo momento Olímpio tenta impedi-lo, mas de qualquer forma já estava feito.

Olímpio fecha os olhos como que por instinto e consegue agir rapidamente, mas era tarde para os garotos que haviam olhado diretamente no olho de Tiseu, todos haviam perdido a memória e mal sabiam o que estavam fazendo ali ou mesmo quem eram.

Nesse momento, com os olhos fechados e com uma fúria tremenda, Olímpio, de alguma forma, consegue controlar mentalmente e arremessar diversos objetos para todos os lados, inclusive em Tiseu, o derrubando momentaneamente. Ao abrir os olhos percebe que Tiseu está caido, infelizmente todos os jovens também estão no chão. Perdido e com medo, resolve fugir dali. O objetivo era sair da cidade o mais rápido que pudesse. As autoridades viriam em seu encalço, por ter agredido Tiseu, e o fato de ter ferido todos aqueles jovens, mesmo sem querer, iria gerar a maior confusão. Olímpio correu cerca de quinhentos metros e parou um carro no meio da avenida. Então, mais uma vez, sem que soubesse como de fato, fez com que o motorista abrisse a porta do carro e o levasse até o aeroporto mais próximo.

Medo, curiosidade, peso na conciência pelos outros jovens, e um enorme fardo do destino deixado em suas mãos. A cabeça de uma pessoa que acaba de descobrir que possui poderes não é nada fácil. Poderes estes que, sem um controle correto, são muito perigosos. Mas era uma dádiva, e Olímpio deveria aprender a utilizar este poder com o tempo.

Mas neste instante o tempo era seu inimigo. Sabendo que Tiseu estava a sua procura, desceu no aeroporto completamente desesperado. A procura por um avião foi intensa. Não havia mais passagens disponíveis, e o voo que estava mais próximo a sair tinha como destino São Paulo. Enquanto Olímpio corria de um lado para outro do aeroporto, um pelotão de homens vestidos de terno, liderados por um sujeito mais alto, subiam as escadarias com muita pressa, empurrando tudo e todos que estivessem no caminho. Era Tiseu e seus homens.

Olímpio precisava fazer algo urgentemente. Ele precisava embarcar naquele voo, de qualquer forma. Enquanto aqueles homens corriam em sua direção, atravessando o saguão principal, Olímpio concentrou-se e ergueu a mão em direção a um dos portões que cruzavam o Hall. O portão se fechou, prendendo Tiseu e seus ajudantes, pelo menos temporariamente.

Olímpio não possuía sequer passaporte ou dinheiro naquele instante. Mas possuía um dom capaz de sobressair qualquer uma dessas necessidades. Bastava saber controla-lo. Mas usá-lo em benefício próprio seria contrariar o dom dado por Diké. No entanto, o seu destino era maior. Ele deveria escapar dessa situação se quisesse cumprir seu destino futuramente.

- Passaporte, senhor? – solicitou o guarda na fila de embarque. Olímpio olhou diretamente nos olhos daquele sujeito por cerca de cinco segundos. Ele não sabia se tinha dado certo ou não, mas a resposta foi imediata.

- Pode passar, senhor. Boa viagem.

Era inacreditável. Olímpio possuía um poder psíquico pleno. Era uma dádiva dos deuses, algo mesmo sobrenatural.

- Me perdoe Diké. Prometo que não tornarei a usar este poder em benefício próprio. – Rogou em mente. É difícil não ceder ao uso impróprio de tal poder, mas Olímpio contava com a ajuda da deusa para guia-lo pelo caminho correto e para saber controlar os seus poderes.

Por fim, o jovem grego partia rumo ao Brasil. Sozinho, sem saber ao certo o que viria depois disto, apenas entregava aos deuses o seu destino. Mas muito em breve não estaria mais sozinho. O destino que aguardava Olímpio, era, de fato, algo muito grandioso.

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